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DANÇANDO ARQUÉTIPOS E SÍMBOLOS DA ASTROLOGIA

Fev 10 2007

DANÇANDO ARQUÉTIPOS E SÍMBOLOS DA ASTROLOGIA

Foram dois dias de pausa para movimentar. Isso mesmo, um movimento
 para o qual foi preciso “puxar o freio de mão” da aceleração diária,
 rotineira, quase esquizofrênica que vivenciamos na lida pela
 sobrevivência durante o ano inteiro.

 O convite era para DANÇAR integralmente, ou seja,  viver o simples,
  entrar em contato com a terra, diluir-se entre as águas – de igarapé,
 de lago, de bica, de chuva, sentir o calor do sol amazônico; respirar
 o cheiro da mata e então colocarmo-nos em outro movimento – o cíclico,
 da vida, da comunhão com a natureza, com os elementos, com os astros
 que constelam nosso mapa natal, ainda que desconhecessemos essa
 configuração através da Astrologia. Afinal trata-se de um saber que
 está além da razão. Uma pena que nos tempos de hoje, muito dessa
 Ciência, tenha se distanciado de nossos modelos de educação ocidental,
 ainda que um dia tenha sido reconhecida e respeitada, por muitas
 civilizações. E se restringiu e popularizou à serviço das
 “adivinhações do futuro”. Como se o “futuro” não dependesse do
 presente ou não tivesse a ver com o passado, sendo uma elementar
 exterioridade, desvinculada da atitude pessoal e coletiva da
 humanidade.

 Um grupo de vinte e duas pessoas aceitou o convite e na Arte Fazenda
 Renascer, na Vila de Apeú a 60 km de Belém/PA. pudemos mergulhar nesse
 universo não-linear dos astros, dos arquétipos, dos símbolos, com
 muita leveza e profundidade, a partir das Danças Circulares Sagradas,
  focalizadas pela simplicidade, delicadeza e ao mesmo tempo firmeza  e
 maturidade da Psicóloga Junguiana paulistana, Maria Rosa de Freitas,
 caminhante/dançante deste mundo afora, que pela primeira vez não só
 dançou na Amazônia, mas aqui colocou os pés. Não parecia, a
 desenvoltura com que se entregou e integrou ao lugar, ao grupo, aos
 sabores, ao tempo, ao ritmo, à natureza foi instantânea. Algo parecia-
 lhe muito familiar. E era!

 N.Sra. de Nazaré, o arquétipo da Grande Mãe na Amazônia, que ela
 jamais soubera, toca-lhe fundo à alma. As Danças Sagradas da Amazônia
 com as quais ela pôde ter um rápido contato, lhe comunicaram sobre a
 força de um feminino, na presença do elemento água – a maleabilidade;
 no encontro com o fogo – a sedução; com a terra  – na firmeza dos pés
 no chão e no sopro do ar – nos  giros amplos e insistentes dessas
 danças. O corpo e a alma de uma brasileira, em plena intimidade com
 sua porção negra, indígena e branca , na Amazônia. Bonito de ver!

 Em torno das forças arquetípicas presentes na roda astrológica, danças
 tradicionais de vários povos, observadas à luz da Psicologia Junguiana,
  dão um outro sentido às qualidades inerentes a esses elementos – água,
  terra, fogo e ar, que puderam ser reconhecidas e vivenciadas a partir
 de outro ponto de vista – do interno, do imaginário, do simbólico.

 Muito se dançou, riu, conversou, trocou, descansou, silenciou e
 observou com inteireza, afinal dançar de mãos dadas no círculo, em
 contato direto com a natureza, fazer uma alimentação regional rica em
 nutrientes, banhar-se nas doces águas amazônicas, dormir em espaços
 coletivos,  alternativos, criativos e mudar toda uma rotina urbana,
  doméstica, para compartilhar tudo isso com novos e velhos conhecidos-
 as, pedem tão somente o desprendimento e a espontâneidade necessárias,
 que a própria Dança Circular favorece.

 A fertilização foi feita, cabe a cada um-a, prenhe dessas
 possibilidades, nutrir e cuidar para que o “milagre” de uma nova VIDA
 aconteça, no alvorecer de mais um ANO NOVO.

                   ATÉ O EMBALO DA PRÓXIMA REDE EM 2008.

SINTA-SE CONVIDADO-A!

Texto produzido após a realização de um Workshop do Programa REDE DE EMBALO  da organização Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura – Fevereiro/2007

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