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DANÇA A DOIS

Jul 09 2012

DANÇA A DOIS

Há cerca de quinze anos participei de um Seminário sobre Sexualidade com a Neuropsiquiatra, Filósofa e Psicóloga, Anete Guimarães do Rio de Janeiro, sobre os resultados de uma pesquisa de laboratório, a respeito da função sexual humana, realizada por fisiologistas alemães na Universidade de Berlim /Alemanha. Uma pesquisa que durou dez anos, com decisivas informações para a humanidade, mas nada interessantes para fabricantes de medicamentos e para a lógica consumista que impera na atualidade. Vejamos porquê.

Hoje, pesquisando, estudando e vivenciando Comunicação Social por meio das linguagens artísticas/humanas presentes nas danças sagradas e tradições dos povos, me sentí motivada a reeditar a entrevista que fiz com Anete durante aquele seminário, entendendo cada vez mais a vida íntima e social como uma dança e suas infinitas possibilidades dialógicas e de comunicação.

Neste mês de Junho o comércio bombardeia os veículos de comunicação, vendendo os mais belos e “caros” (nos dois sentidos) presentes que garantem fácil, fácil “final feliz”, com direito a bailes e danças de amor sem fim no Dia dos Namorados. A data, ancorada nas inspiradoras festas da cultura brasileira dedicadas ao santo casamenteiro – Sto. Antônio, ainda é um convite às quadrilhas, às danças de parceiros, até mesmo nos terreiros urbanos. Nesta festa, quem revela e ensina como é “esta” Dança a Dois, são os cientistas. Eles conseguiram investigar passos, corpos e ritmos da dança mais íntima, mais criadora e que pode ser mais profundamente transformadora – aquela que acontece durante uma relação sexual.

A coreografia básica dessa dança , chegou à roda de Anete Guimarães, durante sua pós-graduação em Neurologia. O trabalho inédito, trata da análise neurofisiológica dos terminais nervosos envolvidos na reflexão dos estímulos sexuais. Pesquisas existentes sobre o assunto até então, se restringiam às áreas da psicologia ou sociologia com questionários, ou seja, à base de opinião pessoal. Mas, os alemães utilizaram outras técnicas, entre as quais, colheita de tecidos nervosos, eletroencefalogramas, mapeamentos cerebrais, ressonância magnética e principalmente análises do metabolismo durante todo o processo sexual e ainda contagem de hormônios produzidos do material bioplasmático. Aí está o respaldo dessa pesquisa – não foram analisadas respostas emocionais e sim físicas, eles queriam entender por que pessoas que lesam a medula perdendo a sensibilidade e a motricidade da cintura para baixo, ainda assim conseguem, num determinado período de tempo após o acidente, ter relações sexuais e alcançar o prazer sexual; a capacidade física dessas pessoas é preservada e se não a utilizam é basicamente por motivos psicológicos…

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