Buscar

DANÇAS SAGRADAS DOS POVOS UMA PROPOSTA CULTURAL DE EDUCAÇÃO E SAÚDE INTEGRAL

Fev 22 2008

DANÇAS SAGRADAS DOS POVOS UMA PROPOSTA CULTURAL DE EDUCAÇÃO E SAÚDE INTEGRAL

Uma citação na tese de mestrado do paraense, Antônio Francisco de A. Maciel, sobre a Dança do Carimbó do Estado do Pará, permite um bom início de conversa sobre o que significa dançar em círculo.

“Ao observar os indíos em cerimônias de canto e dança, comentou um monge calvinista: ´…não cessavam de cantar e dançar de um modo tão harmonioso…”

Harmonia…Sem dúvida esta é a primeira palavra que vem ao pensamento, quando se presencia um grupo de pessoas reunidas em círculo para dançar ou cantar. Mas, melhor do que observar é entrar na roda. E neste assunto, temos um dos mais próximos referenciais para nós Amazônidas – os parentes indígenas. Eles não teorizam, simplesmente vivenciam no cotidiano, aquilo que buscamos resgatar hoje através da prática das Danças Circulares Sagradas – a beleza do viver em grupo; o conhecimento de si mesmo; a criatividade; a espiritualidade; a autocura e a celebração da alegria e do prazer, só pra citar alguns dos mais importantes benefícios.

Tudo começou na década de 90, com o bailarino e coreógrafo alemão, Bernhard Wosien, através da observação das danças folclóricas e étnicas de algumas cidades da Europa. Danças tradicionais que estavam desaparecendo e que na percepção de Bernhard eram fundamentais, não apenas para preservar culturas e tradições, mas também para desenvolver e garantir qualidades positivas naqueles que as dançavam.

Cada movimento, cada passo, cada gesto de uma dança em círculo, carrega em si  significados simbólicos ou arquetípicos que permitem consciente ou inconscientemente experimentar a unidade; o contato e o respeito ao diferente e ao novo, através dos vários povos – índios ou não índios, gregos, israelitas, russos, ciganos, entre tantos outros. Essas danças, são feitas ao redor de um centro que fisicamente pode ser representado por flores ou velas – que significam a luz ou a fonte e servem de inspiração para acessarmos nossa luz interna individual e grupal. Mas, outros objetos podem ser utilizados nesse centro e até mesmo apenas imaginado. O que importa é mobilizar na dança, uma intenção positiva e um propósito elevado.  

A dimensão do sagrado nas danças circulares, não está relacionada a um religião, mas à RELIGAÇÃO do homem com sua essência divina, com sua espiritualidade, sabedoria e transcendência. Nada mais é do que um convite ao encontro de si mesmo, de forma sutil e ao mesmo tempo profunda, independentemente de credo, cor, sexo ou idade.

É um caminho para a integração corpo-mente-coração-espírito, através do poder de totalidade do círculo.

DANCEMOS, a Paz é puro movimento!!

Déa Melo é Comunicadora Social, especializada em Administração da Cultura; Facilitadora do Seminário “A Arte de Viver em Paz” da Universidade Internacional Holística da Paz – Núcleo Pará; Formação em Corpo e Criatividade; Educação em Valores Humanos; Focalizadora de Danças Circulares Sagradas e coordena ao lado de  Maria Esperança Correa em Belém-PA., o Projeto A Arte de (Re) Criar a Dança da Vida com o apoio do Projeto Universo Cidadão do Colégio Universo; Farmácia Arte de Curar e Editora e Centro de Estudos TRIOM de São Paulo.

0 Comentários
Compartilhar
Sem Comentários

Comentar